quarta-feira, 24 de maio de 2017

INTERNACIONAL Papa recebe Trump e lhe dá de presente Encíclica Laudato sì


Com um aperto de mão e um sorriso de ambos, começou na manhã desta quarta-feira (24/05) no Vaticano o primeiro encontro entre o Papa Francisco e o Presidente dos EUA, Donald Trump


Atravessando uma cidade blindada desde sua chegada, na noite de terça-feira (23/05), Trump deixou a Villa Taverna, residência do embaixador dos Estados Unidos onde estava alojada sua delegação, e chegou ao Pátio de São Dâmaso às 08:20 (03:20 em Brasília), sob fortes medidas de segurança e uma comitiva presidencial de dezenas de automóveis.
O Presidente entrou no Estado do Vaticano através da porta do Perugino, depois de seguir pela Via da Conciliação sob os olhos de centenas de passantes e fiéis que estavam a caminho da Praça São Pedro, para participar da audiência geral.
Trump estava acompanhado de sua esposa, Melania, a filha mais velha, Ivanka, o genro, Jared Kushner, e uma delegação de cerca de 20 pessoas, 12 das quais entraram no Palácio e estiveram com o Papa. 
A audiência particular, a portas fechadas, numa sala anexa à biblioteca, começou às 8h33 (3h33 em Brasília) e durou 27 minutos. Foi possível ouvir Trump referir que esta era uma ‘grande honra’.
Durante a audiência, esposa e filha do Presidente dos EUA visitaram a Capela Paulina e a Sala Regia, e depois aguardaram conversando com a delegação e representantes do Vaticano em uma sala adjacente.
Em seguida, a comitiva foi chamada para o momento da troca de presentes e os habituais cumprimentos diante dos fotógrafos.
O Papa ofereceu a Donald Trump as edições em inglês da mensagem para o Dia Mundial da Paz 2017 - dedicada à não-violência -, assinada especialmente para o Presidente dos EUA; das exortações “A Alegria do Evangelho” e "A Alegria do Amor", sobre a família; bem como do documento sobre o cuidado da casa comum, a carta encíclica “Laudato sí”, que abrange a questão ecológica.
Como é tradição em audiências a Chefes de Estado, Francisco ofereceu também um medalhão do seu Pontificado com dois ramos de oliveira entrelaçados, símbolo da paz que se sobrepõe à guerra, explicando detalhadamente o seu significado.
Por sua vez, o líder estadunidense presenteou o Papa com uma coletânea dos cinco livros escritos por Martin Luther King e uma peça do monumento de granito que honra o ativista afro-americano em Washington e uma escultura de bronze. Um dos livros, "The Strength to Love" (“A Força do Amor”, 1963), traz a assinatura de Luther King.
De acordo com nota da Casa Branca, a peça do monumento em granito é uma “homenagem à esperança, visão e inspiração do ativista para as gerações vindouras”. Com a peça e os livros, Trump também entregou uma cópia do discurso que o Papa ofereceu a uma sessão do Congresso dos EUA em setembro de 2015, na qual foi celebrado o legado de Luther King.
Já a escultura de bronze foi feita à mão por um artista estadunidense não-identificado e representa “a esperança de um amanhã pacífico”, pois evoca dois valores universais: a unidade e a resistência, ainda segundo a Casa Branca.
Antes das fotografias, Francisco cumprimentou com cordialidade Melania Trump, a quem perguntou “se já haviam comido uma pizza” e abençoou um terço que a esposa do Presidente tinha nas mãos. Também a filha, Ivanka, disse algumas palavras ao Papa, que a ouviu em silêncio.
Depois de se despedirem do Pontífice, Trump e sua delegação, incluindo o Secretário de Estado, Rex W. Tillerson, e o conselheiro de Segurança Nacional, H. R. McMaster, se reuniram com o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, acompanhado por Dom Paul Gallagher, secretário do Vaticano para as relações com os Estados.
Segundo a programação, o Presidente e toda a delegação devem conhecer ainda a Capela Sistina e a Basílica de São Pedro; e na sequência, a primeira-dama visita o Hospital Pediátrico do Menino Jesus, propriedade da Santa Sé, enquanto a filha, Ivanka, segue para a Comunidade de Santo Egídio, no bairro de Trastevere. 

Fonte: Rádio Vaticano ( Programa Brasileiro)



sábado, 20 de maio de 2017

Dom Roberto Francisco participou de Cerimônia Ecumênica nas comemorações dos 208 anos da Polícia Militar em Campos.

Fotos: Divulgação PM

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Uma cerimônia ecumênica reunindo o Bispo de Campos, Dom Roberto Francisco Ferreria Paz e o Pastor Camilo Caldas, da Sétima Igreja Batista no dia 17 na sede do 8º BPM, marcou as comemorações dos 208 anos de criação da Policia Militar. A cerimônia contou com a participação de representantes de igrejas evangélicas, autoridades dos podres Legislativo e Executivo e representações da sociedade civil, CDL- Clube de Dirigentes Lojistas, ACIC – Associação Comercial e Industrial de Campos e OAB- Ordem dos Advogados do Brasil.

Na oportunidade foi destacada a importância do trabalho do policial militar e de seu papel na sociedade, alem de enfocar a unidade dos cristãos na busca do bem em comum. Dom Roberto falou da importância do diálogo da igreja com as instituições da sociedade e ressaltou a policia militar com sua importância do desenvolvimento democrático nas cidades.
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Edição: Ricardo Gomes
Com informações da Assessoria da PM e da PASCOM da Paróquia de São Gonçalo

sexta-feira, 19 de maio de 2017

PORCIÚNCULA COMEMORA OS 30 ANOS SEM MANICÔMIOS NO BRASIl


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Os usuários do CAPS Porciúncula - Centro de Atenção Psicossocial – comemoraram, no dia 18 de maio, o DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL. Diversas atividades especiais foram realizadas e um delicioso lanche foi servido para lembrar que os doentes mentais podem ser inseridos no contexto social e humanitário
O dia 18 de maio é a celebração dos 30 anos da queda de um muro que separava da sociedade as pessoas com sofrimento mental, aqueles que eram tratados de forma desumana e injusta em nome de pretensos tratamentos e ideias baseadas apenas nos preconceitos que cercam a doença mental.
Hoje, apesar da destruição deste muro, ainda há muito trabalho pela frente, principalmente na remoção dos entulhos formados pela derrubada desta parede, dentre eles preconceito, rejeição, incompreensão e falta de conhecimento. Mesmo com tanta tecnologia e acesso facilitado à informação, há dificuldades para vencer certos obstáculos e é necessário que a sociedade transforme a forma de olhar e tratar essas pessoas, principalmente no âmbito de torná-las cada vez mais independentes.
Por fim, o Movimento da Luta Antimanicomial, iniciado em 1987, faz lembrar que, como todo cidadão, estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade, o direito de viver em sociedade, além do direto ao cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar como cidadãos.
Em Porciúncula, o CAPS é uma unidade especializada em saúde mental para tratamento e reinserção social de pessoas com transtorno mental grave e persistente. O CAPS Porciúncula oferece atendimento interdisciplinar, composto por uma equipe multiprofissional que reúne médicos, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, entre outros especialistas. Funciona na Rua Schuwartz Vieira, próximo ao Posto de Urgência Municipal.
Rosimere Ferreira
Assessoria de Comunicação
Prefeitura de Porciúncula.
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Bispos recordam Constituição Federal: “é dever de todo servidor público, principalmente os que detêm elevadas funções, manter conduta íntegra” (Art. 37)

Os membros da Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), emitiram na manhã desta sexta-feira, 19 de maio, uma Nota Oficial com o título “Pela Ética na Política” na qual afirmam que a Conferência está “unida aos bispos e às comunidades de todo o país” e acompanha “com espanto e indignação” as graves denúncias de corrupção política acolhidas pelo Supremo Tribunal Federal.
Na Nota, os bispos afirmam que “tais denúncias exigem rigorosa apuração, obedecendo-se sempre as garantias constitucionais. Apurados os fatos, os autores dos atos ilícitos devem ser responsabilizados. A vigilância e a participação política das nossas comunidades, dos movimentos sociais e da sociedade, como um todo, muito podem contribuir para elucidação dos fatos e defesa da ética, da justiça e do bem comum”.
“Além disso, é necessário que saídas para a atual crise respeitem e fortaleçam o Estado democrático de direito. Pedimos às nossas comunidades que participem responsável e pacificamente da vida política, contribuam para a realização da justiça e da paz e rezem pelo Brasil”, concluem os membros da Presidência.
Leia a Nota:
Brasília-DF, 19 de maio de 2017
P – Nº 0291/17

Pela Ética na Política

Nota da CNBB sobre o Momento Nacional

“O fruto da justiça é semeado na paz” (Tg 3,18)
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, por meio de sua Presidência, unida aos bispos e às comunidades de todo o país, acompanha, com espanto e indignação, as graves denúncias de corrupção política acolhidas pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo a Constituição, Art. 37, é dever de todo servidor público, principalmente os que detêm elevadas funções, manter conduta íntegra, sob pena de não poder exercer o cargo que ocupa.
Tais denúncias exigem rigorosa apuração, obedecendo-se sempre as garantias constitucionais. Apurados os fatos, os autores dos atos ilícitos devem ser responsabilizados. A vigilância e a participação política das nossas comunidades, dos movimentos sociais e da sociedade, como um todo, muito podem contribuir para elucidação dos fatos e defesa da ética, da justiça e do bem comum.
A superação da grave crise vivida no Brasil exige o resgate da ética na política que desempenha papel fundamental na sociedade democrática. Urge um novo modo de fazer política, alicerçado nos valores da honestidade e da justiça social. Lembramos a afirmação da Assembleia Geral da CNBB: “O desprezo da ética leva a uma relação promíscua entre os interesses públicos e privados, razão primeira dos escândalos da corrupção”.
Recordamos também as palavras do Papa Francisco: “Na vida pública, na política, se não houver a ética, uma ética de referimento, tudo é possível e tudo se pode fazer” (Roma, maio de 2013). Além disso, é necessário que saídas para a atual crise respeitem e fortaleçam o Estado democrático de direito.
Pedimos às nossas comunidades que participem responsável e pacificamente da vida política, contribuam para a realização da justiça e da paz e rezem pelo Brasil.
Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, nos ajude a caminhar com esperança construindo uma nova sociedade.

Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB

Dom Murilo S. Ramos Krieger
Arcebispo de São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB


Varre-Sai recebe Bispo Dom Fernando Rifan

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Silaine Terra
O bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, Dom Fernando Rifan, está visitando Varre-Sai durante toda a semana. Na chegada ao município no domingo, ele foi recebido pelo prefeito Silvestre José Gorini, pelo vice-prefeito João Said, secretários municipais e vereadores. Também participou da missa na Igreja Nossa Senhora das Graças, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, Jair Bittencourt.
O prefeito de Varre-Sai, Silvestre José Gorini, destacou o significado da visita do bispo ao município.
“É uma importância muito grande para Varre-Sai a presença da Vossa Excelência Reverendíssima Dom Fernando Rifan aqui. Onde ele visitará as principais instituições da cidade como hospital, Prefeitura, Secretarias e outras. Com enorme repercussão junto à população, principalmente por ser uma tradição da formação católica de nosso município”, frisou o prefeito.
Dom Fernando explicou que a visita apostólica é uma determinação da Igreja dada ao bispo, para que de cinco em cinco anos, visite todas as 15 paróquias que pertencem à Administração Apostólica.
“Estamos celebrando 15 anos de existência e 15 anos como bispo e como comemoração estamos realizando essa visita que consiste na celebração de missas, pregação, estar com o povo, escutar o que o povo tem a dizer, dar apoio aos padres e visitar vários setores da Paróquia”, disse o bispo.
E ainda destacou que presença do bispo no município é a presença oficial da Igreja Católica.
“O bispo é enviado pelo Papa, mostra a estrutura hierárquica da Igreja. O mais importante da Igreja é ser enviado, o que dá unidade à Igreja e autoridade a quem é enviado”, lembrou.
Sobre os principais desafios enfrentados pela Igreja Católica no mundo atual, o bispo destacou ser o próprio mundo como ele está e as famílias que  segundo Dom Fernando Rifan "não são mais transmissoras da fé".
“A fé ficou meio esquecida. E o mundo materializado, descartável. Hoje vivemos uma crise moral, de valores morais, toda essa crise política que estamos vivendo é moral. Quando não temos ninguém para prestar contas é fácil, é a frase do Dostoiévski “Se Deus está morto, tudo é permitido”, lembrou.
Mas Dom Fernando Rifan disse não se cansar de suas funções.
“Temos de pregar, trabalhar, dar o testemunho do bom exemplo, mostrar a caridade, o amor”, disse.
O bispo destacou que Varre-Sai é um dos municípios mais católicos e preservados do Estado do Rio.
“Deixo a bênção de Deus, a oração e o ânimo a todos os católicos para que sejam fiéis em todos os lugares, dando bom testemunho no dia a dia”, finalizou o bispo.
Agenda do bispo - Entre as atividades do bispo no município estão visitas às Secretarias Municipais, celebração de missas e batizados, ministração de palestras, entre outros.
Na segunda-feira (15/05), após visitar o Colégio Coração de Jesus, onde se encontrou com alunos, professores e funcionários, o bispo se reuniu com sacerdotes do município e finalizou o dia com realização da Missa Campal no Mercado do Produtor, onde realizou Bênção para os agricultores e pecuaristas e Benção do Tempo por ocasião do Dia de Santo Isidoro. Logo após, o bispo jantou com vereadores do município.
A agenda prosseguiu na terça-feira, com visita ao Hospital São Sebastião, com encontro com profissionais da Saúde e pacientes e visita à Apae, seguida da casa do Prefeito de Varre-Sai, Silvestre José Gorini. À tarde, visita à Câmara Municipal e às 19 horas, Missa na Capela de Nossa Senhora das Dores.
Já na quarta-feira, a partir das 9 horas, o bispo visitará as Secretarias Municipais e à noite inaugura a Capela de Nossa Senhora Aparecida.
  Na quinta-feira, às 9 horas acontecerá a Benção e visita ao prédio da nova Prefeitura Municipal, logo após, o bispo se encontra com o prefeito Silvestre José Gorini e o vice-prefeito João Said, no Gabinete do Prefeito. À tarde, ele visitará o Alto do Santo Cristo e os projetos da Paróquia, encerrando o dia com Missa na Capela de Nossa Senhora do Rosário.
Na sexta-feira, a partir das 9 horas, acontece o encontro com alunos e profissionais da Educação da rede pública de ensino no CIEP Primo José Sobreira. Às 18 horas, o bispo visita a cripta onde está sepultado o padre Antônio Alves de Siqueira, em seguida celebra missa pela alma do mesmo e acontece procissão para o cemitério municipal com bênção do mesmo e do túmulo de Felicíssimo Faria Salgado, fundador do município.
            No sábado, a agenda inclui encontro com coroinhas e crianças do Catecismo e da Cruzada e à tarde, encontro com as Associações e Pastorais da Paróquia e a partir das 19 horas, Missa seguida de homenagens.
            No domingo, a partir das 07 horas acontecerá Missa de Encerramento da Visita Pastoral acompanhada dos agradecimentos de munícipes e autoridades.


Departamento de Comunicação
Prefeitura Municipal de Varre-Sai

Fotos: Elcinei Borges/Sidney Rocha

Na ONU, 29 países demonstram preocupação com violações de direitos indígenas no Brasil




Por Guilherme Cavalli,da assessoria de comunicação Cimi
Na Revisão Periódica Universal (RPU), encontro que analisa a atuação do Estado frente as políticas ligadas a Direitos Humanos, 29 países mostraram-se preocupados com as políticas anti-indígenas assumidas pelo Governo Brasileiro. A sessão aconteceu na última sexta-feira (5) durante a reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra (Suíça). A ineficiência do Estado Brasileiro junto aos povos indígenas esteve entre os temas mais apontados na sabatina. Ações do Governo Federal que dificultam a promoção da vida dos indígenas, como desmonte da FUNAI, morosidade na garantia do direito constitucional a terra, violência aos povos indígenas, ausência de proteção a defensores de direitos humanos, foram os temas mais citados nas considerações ao Brasil. 


Para o representante da Alemanha junto ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, Estado brasileiro deve “garantir consulta adequada e a plena participação dos povos indígenas em todas as medidas legislativas e administrativas que os afetem”. Como considerações, lembrou o atual desmonte da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). “É preciso proteger seus direitos à terra, especialmente através do fortalecimento dos programadores de proteção, financiamento e capacidade adequados à FUNAI”. 

Flávio Vicente Machado, missionário do Conselho Indigenista Missionário do Mato Grosso do Sul e representante do organismo no encontro, ressalta a incapacidade do Estado Brasileiro em avançar na formulação de políticas indigenistas. “O Brasil, assim como no âmbito nacional, internacionalmente não soube dar respostas concretas e eficazes aos problemas envolvendo as populações indígenas. A Ministra de Estado de Direitos Humanos, por exemplo, se mostrou bastante vaga e sem conteúdo programático, como por exemplo, sobre a demarcação das terras indígenas no país”, comentou o missionário. “Das considerações feitas no ciclo passado, se tratando de povos indígenas, poucas foram cumpridas pelo Estado brasileiro. Isso demonstra a incapacidade do governo em dar respostas eficazes, principalmente relacionado aos direitos territoriais” . 

No campo do Direito, o representante da Áustria recomenda ao Estado Brasileiro que Conselho Nacional de Justiça crie um mecanismo para acelerar ações judiciais envolvendo demarcação de Terras Indígenas (TIs). “Estabelecer um mecanismo que permita decisões judiciais rápidas e corretas sob estrita observância do direito constitucional e internacional em relação aos direitos territoriais dos povos indígena”, assinala. Essa recomendação demonstra o conhecimento e a preocupação por parte dos países europeus do problema da judicialização dos processos administrativos de demarcação, problema que leva processos a demorarem décadas para serem julgados pelo sistema judiciário brasileiro, em suas mais diversas instâncias, gerando crise humanitária nas Terras Indígenas a serem demarcadas. 

Diante a conjuntura de desmonte das organizações governamentias responsáveis por executar políticas indigenistas, o porta-voz do Canadá também ressaltou a necessidade da estruturação de orgãos governamentais que assegurem os direitos indígenas. “Deve-se garantir os direitos constitucionais dos povos indígenas, inclusive assegurando que a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) tenha os recursos necessários para realizar seu trabalho, particularmente no que se refere à demarcação de terras indígenas, e tomar medidas para concluir investigações sobre todos os assassinatos de Povos Indígenas”.

A representação dos Países Baixos manifestou sua preocupação diante as ineficientes políticas de consulta aos indígenas em construções que afetem suas vidas. “Os projetos de desenvolvimento violem os direitos das populações tradicionais, dos povos indígenas e dos trabalhadores e causem danos ao ambiente”.

Em relatório divulgado previamente a RPU, ONU aponta descaso governamental na implementação de políticas indígenas. Com parecer da relatora de Victoria Tauli-Corpuz, do Conselho de Direitos Humanos o relatório da Relatora Especial sobre os direitos dos Povos Indígenas, texto relata “as contínuas tentativas no Congresso Brasileiro de enfraquecer o poder de proteções legislativas dos direitos dos povos indígenas”. A notificação cita a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215 como exemplo das políticas anti-indígenas conduzidas pelo governo. 

A RPU aconteceu cinco dias após o massacre do povo Gamela (MA) que deixou 22 feridos. "A ONU conclama que as investigações sejam conduzidas com rigor pelas autoridades públicas, estabelecendo tolerância zero a quaisquer formas de redução da gravidade das violências contra os povos indígenas e impunidade de agressores", afirmou em comunicado divulgado na quinta-feira (04).

CPT: assassinatos no campo aumentaram em 30,5%

CPT: assassinatos no campo aumentaram em 30,5%

O relatório Conflitos no Campo Brasil 2016 organizado pela Comissão Pastoral da Terra, desde 1985, chama a atenção para o aumento de assassinatos. O ano 2016 entra para a história como o ano com o maior número de assassinatos no campo em decorrência de conflito agrários, de luta pela terra e pela água, nos últimos 13 anos. O monitoramento da CPT registrou 61 assassinatos ano passado, 11 a mais que em 2015, com registro de 50 assassinatos, um crescimento de cerca de 30% de casos.
Segundo o bispo de Balsas (MA), dom Enemésio Angelo Lazzaris, responsável pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), a certeza da impunidade faz com que aumente o número de conflitos. “Permanecendo impunes os mandantes, acontecerão sempre mais conflitos. Quando o judiciário não toma providência, outros crimes e assassinatos se multiplicam”, disse.
Caderno-CPT
O assassinato da liderança do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Nilce de Souza Magalhães, em 7 de janeiro de 2016, é um exemplo da impunidade de que fala o bispo. A sua filha, a advogada Divanilce de Sousa Andrade denunciou, a partir do caso de sua mãe, a morosidade da justiça, da ausência do Estado brasileiro e da certeza da impunidade.
O relatório aponta que o crescimento de conflitos foi muito expressivo na região Norte do país. Com três assassinatos no campo e 105 ocorrências de conflitos agrários, 2016 foi um dos anos mais violentos no Tocantins, segundo registros da publicação Conflitos no Campo Brasil 2016, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Os dados levam em consideração situações de disputa por terra (99 casos), por água (2 casos) e trabalho escravo (4 casos).
Em comparação a 2015, quando foram registradas 34 ocorrências, o número de conflitos cresceu 209% no estado. “Um dos motivos desse aumento se deu pela identificação de conflitos já existentes em comunidades quilombolas. São comunidades da região Sul/Sudeste do Tocantins que lutam há anos pela demarcação de seus territórios”, analisa o coordenador do regional Araguaia-Tocantins da CPT, Edmundo Rodrigues.
Rigor científico
O bispo responsável pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) dom Enemésio Lazzaris ressaltou a seriedade do trabalho da equipe da CPT na documentação e organização do levantamento e pesquisa dos conflitos no campo. Ele chama atenção também para o estado de “quase” abandono no qual se encontram as comunidades tradicionais, as comunidades do campo, os povos originários, os quilombolas e os pescadores. “É necessário pressionar mais para que os direitos adquiridos por essas comunidades sejam mantidos, confirmados e até ampliados”, disse dom Enemésio.
O relatório destaca ainda que vem aumentando, desde 2015, atos do Executivo e do Legislativo brasileiros, que implicam e resultarão em redução dos direitos já conquistados pela agricultura familiar, indígenas e quilombolas. Um exemplo citado pelo professor da Universidade Federal da Paraíba, Marco Mitidiero, é o fato de executivo ter retirado do censo agropecuário questões relativas ao uso de agrotóxicos e à agricultura familiar.
Com este relatório a CPT espera que os dados, organizados com rigor científico, sensibilizem as autoridades para que tenham um pouco mais de atenção e facilitem a vida dos camponeses e comunidades indígenas, reconhecendo e demarcando as suas terras.
Os dados da pesquisa e o relatório podem ser acessados no site da CPT: www.cptnacional.org.br

Conflito no Afeganistão mata cada vez mais crianças

Conflito no Afeganistão mata cada vez mais crianças


Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão registrou um aumento do número de crianças mortas nos confrontos no país, uma cifra que nos últimos quatro meses atingiu um lamentável recorde

Entre janeiro e abril deste ano já morreram 283 crianças no Afeganistão e mais de 700 ficaram feridas, vítimas do conflito que assola o país, segundo o enviado especial do secretário-geral da ONU, Tadamichi Yamamoto. O responsável refere que este número significa um aumento de 21% em relação a igual período do ano passado.
Num relatório recente, Yamamoto especifica que o número de vítimas menores de idade tem aumentado sobretudo em consequência dos combates no terreno, que provocaram 42 por cento das mortes, ou por rebentamentos de explosivos.
Além das vítimas mortais, há ainda a lamentar as centenas de feridos, que em muitos casos ficarão marcados para o resto das suas vidas, por terem sofrido a amputação de membros ou por terem presenciado a morte de familiares ou a destruição das suas casas.
Perante estes dados, os responsáveis da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão exigem às partes em conflito que deem prioridade à proteção das crianças enquanto se mantiverem as hostilidades. E aplaudem o compromisso do governo em ratificar a Convenção sobre Armas Convencionais, solicitando aos combatentes que comecem a marcar e a limpar as zonas minadas.
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Fonte: Fátima Missionária | Foto: Lusa

Expoagro em Campos terá shows de Luan Santana, Sorriso Maroto e Diogo Nogueira

Expoagro em Campos terá shows de Luan Santana, Sorriso Maroto e Diogo Nogueira

Expectativa dos organizadores é de que 100 mil pessoas compareçam nos 10 dias de programação.
Expoagro em Campos terá shows de Luan Santana, Sorriso Maroto e Diogo Nogueira

Expoagro em Campos terá shows de Luan Santana, Sorriso Maroto e Diogo Nogueira
A programação da 58ª Exposição Agropecuária e Industrial do Norte Fluminense (Expoagro) foi divulgada nesta quinta-feira (18). O evento terá 10 dias de festa, com exposições, leilões de animais, parque de diversão e shows com artistas nacionais como Luan Santana, Sorriso Maroto e Diogo Nogueira.
A Expoagro vai de 06 a 16 de julho na sede da Fundação Rural de Campos dos Goytacazes e a expectativa dos organizadores é de 100 mil pessoas compareçam ao evento. Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Programação de shows:
07 de julho - Jads & Jadson
08 de julho - Jammil
09 de julho - Luan Santana
13 de julho - Sorriso Maroto
14 de julho - João Gabriel / Júnior & Gustavo
15 de julho - Diogo Nogueira
16 de julho - Sítio do Pica-Pau

Fonte: Jornal O Diário

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Bispo de Campos destaca a importância da Festa de Santo Amaro

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Ricardo Gomes
Fotos: Dib's Hauaji
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo Diocesano de Campos fala da festa de Santo Amaro, tradicional na cidade, e que atrai mais ou menos 150 mil devotos nos dias de festa. A devoção a Santo Amaro é um dos legados dos Monges Beneditinos, presentes desde 1648 em Campos. Foram os pioneiros na catequese e na evangelização dos habitantes primitivos na região. Em 1736 foi inaugurada a igreja dedicada a Santo Amaro, dando inicio as festas que acontecem até os dias de hoje com uma multidão de devotos.
Nesta entrevista Dom Roberto Francisco chama a atenção para a importância da festa no contexto religioso, mas também cultural e social, com um importante apelo ao turismo religioso, que esta sendo incentivado com a criação do roteiro Caminho de Santo Amaro, com visitas as igrejas históricas ao longo do percurso que é feito pelos romeiros a pé, na madrugada de 15 de janeiro,
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ENTREVISTA

A importância da Festa de Santo Amaro (social, religiosa e cultural) para a cidade e para a Igreja Católica.

Dom Roberto Francisco - É uma das principais festas religiosas da Região do Norte Fluminense e representa um dos três caminhos espirituais do Brasil (o de Anchieta, no Espírito Santo e o das Missões em São Miguel, no Rio Grande do Sul), constituindo uma experiência de fé caracterizada pela cruz fonte de conversão e missão, a compaixão e a misericórdia, expressa nos milagres em benefício dos pobres e desamparados e a paz com Deus, os irmãos e toda a criação. A cavalhada como bem cultural testemunha a importância do diálogo inter-religioso em especial com o mundo islâmico. Como se pode apreciar, é uma festa que oportuniza um valioso espaço para a Nova Evangelização e a inculturação da fé, agregando valores e movimentando o turismo religioso regional.

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Com a criação da Reitoria já tem alguma previsão da Igreja ser santuário? e a importância de ser criado o Santuário de Santo Amaro?

Dom Roberto Francisco -  É um processo que vai organizando os requisitos de u Santuário: uma infraestrutura de acolhida e que dê conforto aos peregrinos e um espaço celebrativo maior que comporte a afluência de um número de fiéis em constante crescimento. Além disso a formação de lideranças e de ministérios a serviço da evangelização e das diversas pastorais para atender as diferentes idades e situações.

 Destacar um pouco do legado dos monges beneditinos na construção da devoção e do pioneirismo na implantação da fé católica na cidade e região.

Dom Roberto Francisco -  A devoção a Santo Amaro chegou muito cedo ao Brasil, já em 1560, em São Paulo, com os monges beneditinos. Verifica-se através da peregrinação monástica, um movimento religioso de evangelização e de espiritualidade orante, que marcou profundamente a região fluminense, tornando os mosteiros em centros irradiadores da fé e da civilização cristã. O legado cultural dos beneditinos é observável na sua contribuição educacional; nas artes sacras: música, escultura, arquitetura, especialmente nas Igrejas e Mosteiros, que são registros perpétuos que transcendem o tempo.

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O que representa o Caminho de Santo Amaro para a questão do turismo religioso?

Dom Roberto Francisco - Na medida em que acolhemos e facilitamos, dando apoio ao caminho espiritual de Santo Amaro, acreditamos que pode se tornar uma das jornadas e itinerários de fé, que mobilizarão grandes contingentes de pessoas. A fé é sempre uma aventura espiritual, que nos leva a caminhar e Santo amaro conjuga na sua trilha e senda mística a cruz, a compaixão e paz, três elementos profundamente cristãos que respondem plenamente a sede de Deus da humanidade.

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quarta-feira, 17 de maio de 2017

Cultura em novo endereço

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Em novo endereço o Projeto Leituras da Livraria Diálogo e Cultura retornam em breve.

Um tempo de grandes encontros marcou a história e trajetória da Livraria Diálogo e Cultura agora na Rua João Pessoa, 18, centro – Campos . Para a livreira Hilda Carvalho os encontros literários retornarão ainda este ano. O novo espaço vai ainda realizar exposições de arte, lançamentos de livros e debates. A nova fase ainda não tem uma data prevista para iniciar. Neste novo tempo a livreira vai contar com parcerias.
- Não posso deixar de oferecer um espaço alternativo para a realização de nossos eventos. Tivemos grandes encontros literários. Foi na nossa livraria que iniciamos as comemorações do centenário de nosso grande escritor, José Cândido de Carvalho. Em Campos promovemos em parceria com a Academia Campista de Letras as comemorações do centenário de Guimarães Rosa e recebemos Vilma Guimarães Rosa que lançou aqui uma edição em homenagem ao pai. Isso não pode parar, e estamos como o propósito de dar a nossa contribuição para que a cidade tenha um movimento cultural. – disse Hilda Carvalho.

Novos projetos de incentivo a leitura serão implantados no espaço é o que promete Hilda Carvalho. A livreira recorda como começou a paixão pelos livros ainda na juventude. A arte veio com o tempo. Colecionar peças antigas é uma das paixões e reúne em sua coleção objetos raros que ajudam a contar a história da cidade. Foi a pioneira nos encontros para reunir os colecionadores de vinil, movimento que inspirou a outros eventos realizados na cidade.
- Minhas coleções começaram com algumas raridades e com o tempo fui adquirindo alguns exemplares formando uma coleção de discos cm mais de 1 mil discos. Agora é o momento para reunir novamente esse público para um bate papo descontraído com muita música e poesia. Afinal aprendi a respirar arte, herdei isso de meu pai, que era músico e amava a leitura. – relata Hilda.
Nesta nova fase a livreira vai abrir espaço para a realização de encontros para debates de temas diversos. Um trabalho que espera atrair estudantes e pretende lançar um programa para atrair os jovens a leitura. As exposições de arte estão na mira da livreira. Hilda promete um novo tempo para a cidade com um espaço interativo.

- Isso me faz muita falta e pretendo com isso recordar o legado de meu pai Afonso Carvalho que amava a arte a literatura e era um dos mecenas que promovia esses encontros com muita musica e poesia. Meu pai tinha amigos famosos e estava sempre no Rio de Janeiro nas rodas de boemia carioca. Tocava e compunha musicas. Isso me contagiava, e assim herdei dele esse gosto e não posso parar. Afinal a arte é a minha vida e a minha vida tem de ser uma arte. – conclui Hilda.

sábado, 13 de maio de 2017

Papa proclama em Fátima santidade dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto



A primeira canonização em Portugal. São as primeiras crianças não mártires santificadas pela Igreja
O Papa Francisco canonizou neste sábado os Pastorzinhos Jacinta e Francisco Marto, no dia em que a Igreja celebra Nossa Senhora de Fátima. São as primeiras crianças não-mártires santificadas pela Igreja, d’Eles que cem anos atrás, tiveram as visões e a mensagem de Nossa Senhora. Foi também a primeira vez que uma canonização foi celebrada em Portugal.
Meio milhão de fiéis chegados de todas as partes do mundo ocuparam a esplanada diante do Santuário desde a noite de sexta-feira.
Pela manha o Papa ao chegar à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, cumprimentou o sacerdote mais idoso de Portugal, de 104 anos e rezou diante do túmulo de Jacinta e Francisco Marto que morreram aos 9 e 10 anos.
A missa, na esplanada teve início com o rito da canonização. Participó também o menino brasileiro de 9 anos, Lucas Batista, curado graças à intercessão dos pastorzinhos, milagre tomado para a permitir a canonização.
O bispo de Leiria-Fátima, Dom Antonio Marto, pediu ao Papa a canonização dos meninos e o Santo Padre proclamou como santos os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, despertando o entusiasmo dos fiéis e peregrinos.
Francisco proferiu a fórmula de canonização, em português: “Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e Nossa, depois de termos longamente refletido, implorado várias vezes o auxílio divino e ouvido o parecer de muitos Irmãos nossos no Episcopado, declaramos e definimos como Santos os Beatos Francisco Marto e Jacinta Marto e inscrevemo-los no Catálogo dos Santos, estabelecendo que, em toda a Igreja, sejam devotamente honrados entre os Santos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
Em sua homilia em português o Papa indicou: “Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe para Lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, «mostrai-nos Jesus». Queridos peregrinos, temos Mãe”.
Concluindo, Francisco disse: “Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor”.


Peregrinação a Fátima: Santa Missa no Santuário de Nossa Senhora de Fátima


PEREGRINAÇÃO DO PAPA FRANCISCO AO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
POR OCASIÃO DO CENTENÁRIO DAS APARIÇÕES DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA NA COVA DA IRIA (12-13 DE MAIO DE 2017)
SANTA MISSA COM O RITO DA CANONIZAÇÃO
DOS BEATOS FRANCISCO MARTO E JACINTA MARTO
HOMILIA DO SANTO PADRE
Adro do Santuário de Fátima
Sábado, 13 de maio de 2017



 





«Apareceu no Céu (…) uma mulher revestida de sol»: atesta o vidente de Patmos no Apocalipse (12, 1), anotando ainda que ela «estava para ser mãe». Depois ouvimos, no Evangelho, Jesus dizer ao discípulo: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 26-27). Temos Mãe! Uma «Senhora tão bonita»: comentavam entre si os videntes de Fátima a caminho de casa, naquele abençoado dia treze de maio de há cem anos atrás. E, à noite, a Jacinta não se conteve e desvendou o segredo à mãe: «Hoje vi Nossa Senhora». Tinham visto a Mãe do Céu. Pela esteira que seguiam os seus olhos, se alongou o olhar de muitos, mas… estes não A viram. A Virgem Mãe não veio aqui, para que A víssemos; para isso teremos a eternidade inteira, naturalmente se formos para o Céu.
Mas Ela, antevendo e advertindo-nos para o risco do Inferno onde leva a vida – tantas vezes proposta e imposta – sem-Deus e profanando Deus nas suas criaturas, veio lembrar-nos a Luz de Deus que nos habita e cobre, pois, como ouvíamos na Primeira Leitura, «o filho foi levado para junto de Deus» (Ap 12, 5). E, no dizer de Lúcia, os três privilegiados ficavam dentro da Luz de Deus que irradiava de Nossa Senhora. Envolvia-os no manto de Luz que Deus Lhe dera. No crer e sentir de muitos peregrinos, se não mesmo de todos, Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe para Lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, «mostrai-nos Jesus».
Queridos peregrinos, temos Mãe, temos Mãe! Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Jesus, pois, como ouvíamos na Segunda Leitura, «aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo» (Rm 5, 17). Quando Jesus subiu ao Céu, levou para junto do Pai celeste a humanidade – a nossa humanidade – que tinha assumido no seio da Virgem Mãe, e nunca mais a largará. Como uma âncora, fundeemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos Céus à direita do Pai (cf. Ef 2, 6). Seja esta esperança a alavanca da vida de todos nós! Uma esperança que nos sustente sempre, até ao último respiro.
Com esta esperança, nos congregamos aqui para agradecer as bênçãos sem conta que o Céu concedeu nestes cem anos, passados sob o referido manto de Luz que Nossa Senhora, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os quatro cantos da Terra. Como exemplo, temos diante dos olhos São Francisco Marto e Santa Jacinta, a quem a Virgem Maria introduziu no mar imenso da Luz de Deus e aí os levou a adorá-Lo. Daqui lhes vinha a força para superar contrariedades e sofrimentos. A presença divina tornou-se constante nas suas vidas, como se manifesta claramente na súplica instante pelos pecadores e no desejo permanente de estar junto a «Jesus Escondido» no Sacrário.
Nas suas Memórias (III, n. 6), a Irmã Lúcia dá a palavra à Jacinta que beneficiara duma visão: «Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo Padre numa Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com ele?» Irmãos e irmãs, obrigado por me acompanhardes! Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas. Sob o seu manto, não se perdem; dos seus braços, virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos no Batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados. Queridos irmãos, rezamos a Deus com a esperança de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos homens com a certeza de que nos vale Deus.
Pois Ele criou-nos como uma esperança para os outros, uma esperança real e realizável segundo o estado de vida de cada um. Ao «pedir» e «exigir» o cumprimento dos nossos deveres de estado (carta da Irmã Lúcia, 28/II/1943), o Céu desencadeia aqui uma verdadeira mobilização geral contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. Não queiramos ser uma esperança abortada! A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida. «Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24): disse e fez o Senhor, que sempre nos precede. Quando passamos através dalguma cruz, Ele já passou antes. Assim, não subimos à cruz para encontrar Jesus; mas foi Ele que Se humilhou e desceu até à cruz para nos encontrar a nós e, em nós, vencer as trevas do mal e trazer-nos para a Luz.

Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor.






sexta-feira, 12 de maio de 2017

Quem eram os três Pastorinhos de Fatima?



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Por que Nossa Senhora confiou precisamente aqueles três pastores uma série de mensagens destinadas ao mundo inteiro?
Como eles viveram? Mas, acima de tudo, como eles se tornaram por um inexplicável sinal do destino a cem anos atrás o centro da atenção pública mundial, começando pela hierarquia da Igreja, não só Portuguesa, mais também à Igreja universal?
Todos os três nasceram em Aljustrel, uma aldeia de Fátima.
Lucia dos Santos, nasceu em 22 de março de 1907, em seguida, morreu em Coimbra 13 de fevereiro de 2005 com a idade de 98 anos.
Francisco Marto nasceu em 11 de junho de 1908, morreu em Fátima no dia 04 de abril de 1919.
Jacinta Marto em 11 de março de 1910, morreu em Lisboa 20 de janeiro de 1920.
A morte pela "epidemia espanhola" dos jovens irmãos Marto. 
Na época das aparições, Francisco - décimo filho de Emanuele Pietro Marto e Olimpia de Jesus - tinha 9 anos, a sua irmã Jacinta pouco mais de 7. A prima, Lucia, tinha10 anos.

Apesar de estar unidos por um destino comum de encontrar a "BELA SENHORA" a virgem Maria - assim os três filhos definiram às autoridades eclesiásticas a imagem de Nossa Senhora que, segundo eles, tinham visto em Fátima - as estradas de Francisco, Jacinta e Lúcia se separam definitivamente alguns meses depois das aparições.
Os dois irmãos Marto morreram durante uma violenta epidemia chamada espanhola, que em 1918 atingiu Portugal.
Francisco, um personagem reservado, uma criança propensa à contemplação e à oração para "consolar Jesus", como ele costumava dizer, morreu aos 10 anos depois de receber a sua primeira e última Comunhão. 
Jacinta seguido nove meses depois, com a idade de 9 anos.

A 23 de março de 2017 o Papa Francisco aprovou um milagre obtido através da sua intercessão de Francisco e Jacinta, abrindo o caminho para a sua canonização agendada para 13 de maio, amanha no centenário da primeira aparição Mariana.
Como foi a infância dos três pastorinhos?
De acordo com o testemunho da Irmã Lúcia, os três primos jogando e brincavam muito juntos, eles eram animados, alegres, sempre prontos para inventar novos jogos. Um dos seus entretenimentos favoritos era a gritar bem alto do topo das montanhas, sentados na rocha, para sentir o efeito do eco.
Entre os nomes que os três amavam dizer em voz alta, o de Maria era mais frequente.

Às vezes, Jacinta recitando a Ave Maria durante o rosário, tinha o cuidado de obter o eco todas as palavras. Bem, a virgem Maria escolheu próprio ela, seu irmão e sua prima para revelar em Fátima em 1917, os remédios que a humanidade e a Igreja teriam de tomar para combater os erros e as guerras: a recitação do Santo Rosário, a luta contra o pecado , a consagração da Rússia ao Imaculado coração de Maria para parar combater a ideologia comunista.
Dicas e recomendações que mais tarde Irmã Lúcia vai resumir nos famosos três segredos de Fátima, o último dos quais (o terceiro) só foi revelado em 13 de maio de 2000, após mais de 80 anos desde as aparições. A prudência adotada pelas autoridades eclesiásticas, porque o conteúdo era sobre o ferimento mortal, de um homem vestido em branco por frechas venenosas sobre as ruínas de uma igreja, imagens dramáticas que de ali aos poucos, em 2000, foram identificadas com o ataque sofrido pelo papa Wojtyla em 1981, em Praça Sao Pedro.
A Doença como um Dom
Francisco era manso, humilde e paciente. Quando jogavam, ele aceitava a derrota graciosamente e tendia isolar-se, mas sem dar atenção e preocupações quando vinha marginalizado. Ele estava sempre sorrindo, era simpático, condescendente. Após as refeições, Francisco e Jacinta se dirigiam no quintal da família para jogar Lucia e juntos eles esperaram a Virgem Maria e anjos iluminar suas "lâmpadas", assim Francisco definiu a lua e as estrelas, mas nada o encantava tanto, do que observar a configuração do sol, que identificou como a lâmpada do Senhor, e Jacinta amava mais a luz de Maria durante as aparições.
Francisco quando foi atingido pela epidemia, aceito sofrer com resignação exemplar, a dor e o sofrimento conseguidos pela doença, que ele assumiu como um "presente" para consolar Cristo.
Jacinta teve o mesmo destino de seu irmão. Seu temperamento, no entanto, era forte, tinha uma predisposição para a dança e para a poesia. Mas depois de 1917, depois das aparições, seus interesses mudaram, não dançou mais, manteve um olhar sério, modesto, amável.

Em 2 de abril de 1919, a saúde de Francisco estava tão agravada, que foi chamado o sacerdote para confessa-lo. No dia seguinte, Francisco confidenciou à sua irmã Jacinta Francisco: "Hoje estou mais feliz do que você, porque eu tenho Jesus em meu coração." E juntos eles começaram a rezar o terço. De noite Francisco saudou Lucia, dando uma despedida e um até logo no céu. Então ele disse à sua mãe: "Olha, mamãe, o que é aquela bela luz ali, perto da porta ... Agora não vejo a mais i …!". Seu rosto sorridente iluminado, e sem agonia, sem um gemido, expirou suavemente; era as 10 da noite de 4 de abril. Ele ainda não tinha 11 anos de idade. Foi enterrado no cemitério paroquial. Jacinta morreu um ano depois.
A Irmã Lúcia, descreveu a sua prima Jacinta como "o retrato dos puros de coração, dos olhos de quem fala de Deus", ao invés disso, entanto, foi ao encontro com a hostilidade da família e especialmente de sua mãe, que a considerava uma mentirosa. Sendo a maior dos irmaos videntes, Jacinta foi a mais torturada e interrogada ( até a exaustão) ou pelas autoridades religiosas, como pelas autoridades civis.
Os restos mortais de Francisco foram velados no cemitério paroquial até 13 de Março de 1952, quando eles foram transferidos para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no altar da capela no lado direito. No lado oposto já foram colocados, em 1 de Maio 1951, os restos mortais de Jacinta, ao lado da qual, 19 de fevereiro de 2006, foram colocados aqueles de Irmã Lúcia dos Santos.
De José Renato Ramos - Cidade do Vaticano - em ocasião da viagem e canonização de Francisco e Jacinta (Pastorinhos de Fatima) - pelo Papa Francisco - 12/05/2017 - Roma.

Francisco reza na Capelinha das Aparições



Uma longa oração silenciosa diante da imagem de Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições, entregando a ela  "os irmãos e irmãs do mundo inteiro resgatados pelo" sangue de seu Filho.
Após passar com o papamóvel em meio à multidão reunida na esplanada do Santuário, Francisco dirigiu-se à Capelinha das Aparições, onde depositou um buquet de flores diante da imagem da Virgem. Então, em meio a um grande silêncio, apresentou-se diante dela "nas vestes de Pastor universal", oferecendo-lhe "o buquê das mais lindas «flores» que Jesus confiou" aos seus cuidados, ou seja, "os irmãos e irmãs do mundo inteiro resgatados"  pelo sangue de Jesus, "sem excluir ninguém".

Após, recitou em português a seguinte oração:
"Salve Rainha, bem-aventurada Virgem de Fátima,
Senhora do Coração Imaculado, qual refúgio e caminho que conduz até Deus!
Peregrino da Luz que das tuas mãos nos vem, dou graças a Deus Pai que, em todo o tempo e lugar, atua na história humana;
peregrino da Paz que neste lugar anuncias, louvo a Cristo, nossa paz, e para o mundo peço a concórdia entre todos os povos;
peregrino da Esperança que o Espírito alenta, quero-me profeta e mensageiro para a todos lavar os pés, na mesma mesa que nos une.
Refrão cantado pela assembleia:
Ave o clemens, ave o pia!
Salve Regina Rosarii Fatimæ.
Ave o clemens, ave o pia!
Ave o dulcis Virgo Maria.
O Santo Padre:
Salve Mãe de Misericórdia, Senhora da veste branca!
Neste lugar onde há cem anos a todos mostraste os desígnios da misericórdia do nosso Deus,
olho a tua veste de luz e, como bispo vestido de branco,
lembro todos os que, vestidos da alvura batismal,
querem viver em Deus e rezam os mistérios de Cristo para alcançar a paz.
Refrão
O Santo Padre:
Salve, vida e doçura,
Salve, esperança nossa,
ó Virgem Peregrina, ó Rainha Universal!
No mais íntimo do teu ser,
no teu Imaculado Coração,
vê as alegrias do ser humano
quando peregrina para a Pátria Celeste.
No mais íntimo do teu ser,
no teu Imaculado Coração,
vê as dores da família humana
que geme e chora neste vale de lágrimas.
No mais íntimo do teu ser,
no teu Imaculado Coração,
adorna-nos do fulgor de todas as joias da tua coroa
e faz-nos peregrinos como peregrina foste Tu.
Com o teu sorriso virginal
robustece a alegria da Igreja de Cristo.
Com o teu olhar de doçura
fortalece a esperança dos filhos de Deus.
Com as mãos orantes que elevas ao Senhor
a todos une numa só família humana.
Refrão…
O Santo Padre:
Ó clemente, ó piedosa,
ó doce Virgem Maria,
Rainha do Rosário de Fátima!
Faz-nos seguir o exemplo dos Bem-aventurados Francisco e Jacinta,
e de todos os que se entregam à mensagem do Evangelho.
Percorreremos, assim, todas as rotas,
seremos peregrinos de todos os caminhos,
derrubaremos todos os muros
e venceremos todas as fronteiras,
saindo em direção a todas as periferias,
aí revelando a justiça e a paz de Deus.
Seremos, na alegria do Evangelho, a Igreja vestida de branco,
da alvura branqueada no sangue do Cordeiro
derramado ainda em todas as guerras que destroem o mundo em que vivemos.
E assim seremos, como Tu, imagem da coluna luminosa
que alumia os caminhos do mundo,
a todos mostrando que Deus existe,
que Deus está,
que Deus habita no meio do seu povo,
ontem, hoje e por toda a eternidade.
Refrão
O Santo Padre junto com os fiéis:
Salve, Mãe do Senhor,
Virgem Maria, Rainha do Rosário de Fátima!
Bendita entre todas as mulheres,
és a imagem da Igreja vestida da luz pascal,
és a honra do nosso povo,
és o triunfo sobre o assalto do mal.
Profecia do Amor misericordioso do Pai,
Mestra do Anúncio da Boa-Nova do Filho,
Sinal do Fogo ardente do Espírito Santo,
ensina-nos, neste vale de alegrias e dores,
as verdades eternas que o Pai revela aos pequeninos.
Mostra-nos a força do teu manto protetor.
No teu Imaculado Coração,
sê o refúgio dos pecadores
e o caminho que conduz até Deus.
Unido aos meus irmãos,
na Fé, na Esperança e no Amor,
a Ti me entrego.
Unido aos meus irmãos, por Ti, a Deus me consagro,
ó Virgem do Rosário de Fátima.
E, finalmente envolvido na Luz que das tuas mãos nos vem,
darei glória ao Senhor pelos séculos dos séculos. Amen."
Francisco depositou aos pés da Virgem uma Rosa de Ouro, uma distinção que os Papas atribuem a personalidades ou santuários, igrejas ou cidades, em reconhecimento e recompensa por serviços prestados à Igreja ou a bem da sociedade.
Ao final, abençoou algumas crianças e percorreu de papamóvel a esplanada do Santuário, antes de dirigir-se à Casa de Retiros Nossa Senhora do Carmo.