sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Festival do Quibe de Italva declarado Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Rio

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Em Italva a estrela das festas e das mesas nas famílias e destaque num festival que atrai turistas.

As tradições da culinária libanesa invadem Italva no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. Por toda a parte nos restaurantes, bares e lanchonetes o quibe é um dos salgados mais procurados. Trazido para a cidade pelos libaneses com receitas familiares, foi difundido por toda a região, mas na opinião do Padre Maxiliano Barreto em Italva o sabor é diferenciado. Em várias versões a receita ganha as mesas nas festas e é servido cru, frito ou assado. O segredo esta no tempero que é guardado a sete chaves pelos últimos libaneses e seus descendentes.
- È diferente comer um quibe em qualquer lugar, mas em Italva o quitute de origem libanesa guarda segredos trazidos pelos primeiros imigrantes e seus descendentes. A cidade é conhecida como a capital do quibe, mas a tradição agora reconhecida como patrimônio cultural e imaterial precisa ser repaginada para retomar a originalidade da festa e reunir as famílias para um momento de confraternização e de reencontro. – destaca o padre.
Mas as histórias são muitas. Recordações de um tempo que o Festival do Quibe reunia as famílias descendentes de libaneses. Quibes, esfiras e outras delícias. João Baptista Miote Filho preserva a tradição que recebeu da sogra Maria da Penha Florido José, 82 anos, que passou os segredos da culinária para a filha Maria Margarete Florido Miote. E o cantinho libanês é uma das referências na cidade. Saudosista, recorda desse tempo. Famílias que se encontravam no festival para recordar a chegada dos imigrantes que chegaram a cidade trazendo as tradições culinária.
- Recordo como foram os primeiros anos do Festival do Quibe. Uma festa familiar, e era uma grande oportunidade para rever amigos distantes, mas que sempre voltavam a Italva para este momento festivo. Aos poucos a comunidade libanesa foi diminuindo. Os mais velhos morreram e os jovens foram para outras cidades para estudar e acabaram ficando nestas cidades, mas a tradição continua. O grande segredo é manter a qualidade e resgatar esse lado familiar para voltar aos tempos que participávamos com a família reunida e era um encontro saudável... Tempos que deixaram saudades. - disse João Baptista.

Uma lei para preservar a tradição. Desde 1971, o quibe é festejado atraindo turistas de várias partes do Brasil. Alem do quibe outras iguarias da culinária libanesa podem ser degustadas no Festival do Quibe realizado no Pedra Branca Social Clube. A Diretora do Clube Verônica Madureira destaca a importância da lei para a preservação da tradição
- É uma festa maravilhosa, bem organizada, cheia de gente bonita, onde você pode se divertir em segurança. Uma equipe grande passa a madrugada na sede do clube preparando os quibes no dia anterior. O povo italvense fica feliz de a cidade seguir fiel às suas tradições e conseguir manter uma festa como essa por exatos 46 anos. - relata Verônica.

O festival acontece todos os anos no primeiro domingo de setembro. Além do quibe, no Pedra Branca Social Clube e a programação animada com muita música é um momento para a degustação do quibe nas versões frito e cru e regado a chopp servido das 11h até as 17h. E desde as primeiras edições o encontro acontece num ambiente familiar e atualmente é um dos eventos mais tradicionais da sociedade italvense, com um perfil cultural influenciado pelos libaneses que chegaram no início do século XX. Uma tradição que é mantida pelos descendentes de sírios e libaneses que resistiram em continuar morando na cidade pela tranqüilidade e convívio social agradável.
- E para garantia da manutenção dessa história, alegria e orgulho do povo italvense a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), aprovou no dia 04/10/2017, Projeto de Lei Nº. 3459/2017, de autoria do Deputado Estadual Marco Figueiredo, que torna o nosso tradicional Festival do quibe, Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. – ressalta Verônica Madureira.
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O Presidente Gean Lúcio destaca a responsabilidade com a lei que reconhece o festival como patrimônio e já esta realizando reuniões com a diretoria e os 350 sócios para avaliar o evento e para preparar uma programação já pensando no ano que vem. E informou que é o festival mais antigo da região Noroeste.
O festival é atualmente a segunda festa da cidade, com uma participação bastante expressiva e chegando a superar a festa de emancipação. E com essa lei aumenta nossa responsabilidade de preparar uma festa com qualidade e ao mesmo tempo com o compromisso de preservar essa tradição da cultura libanesa. – disse Gean.

A artesã Fabiana Oliver destaca o festival como uma marca da cidade que precisa ser preservada. Uma contribuição dos libaneses que chegaram e trouxeram a sua cultura que esta sendo mantida viva pelos descendentes e pelos moradores.
- Uma contribuição para a culinária da cidade. Hoje muitos jovens descendentes das famílias libanesas foram estudar fora, mas o quibe continua sendo a marca da cultura de Italva. E agora com a lei que reconhece o festival como patrimônio cultural e imaterial a sociedade tem esse compromisso de nunca deixar acabar a tradição, mas ser uma festa para reunir as famílias para um encontro e confraternização. – disse Fabiana.


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