quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Após as Celebrações Exequiais, Dom Rafael é Sepultado no Rio de Janeiro

Hoje, 29 de novembro, um dia após o falecimento do Bispo Emérito de Nova Friburgo, Dom Rafael Llano Cifuentes, a Catedral do Rio de Janeiro ficou bastante movimentada com as inúmeras celebrações pela alma do Epíscopo. A Missa de corpo presente das 11h30 foi presidida por Dom Edney Gouvêa Mattoso, atual Bispo de Nova Friburgo, e concelebrada por Dom Roque, Bispo Auxiliar do Rio, e presbíteros da Diocese. Logo após, às 14h, aconteceu a celebração das Exéquias, presidida pelo Arcebispo da Cidade do Rio, Dom Orani João Tempesta, com o corpo sendo levado, logo após, para o sepultamento no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju.
5 - SEPULTAMENTO
Missa de corpo presente
Além do Bispo da Diocese de Nova Friburgo e do Bispo Auxiliar do Rio, estavam presentes inúmeros sacerdotes da Região Serrana e também do Opus Dei.
Em sua homilia, Dom Edney começou destacando o versículo do Salmo 26, que dizia “Sei que verei a bondade de Deus na terra dos viventes”, e como Dom Rafael, apesar das grandes dificuldades enfrentadas em seus últimos dias de vida, pôde testemunhar os frutos de seu trabalho pastoral.
1 - DOM EDNEY
A conclusão do Seminário Diocesano de Nova Friburgo, segundo Dom Edney, fora a grande realização de Dom Rafael em seu episcopado na cidade. - Quando cheguei a Friburgo e percebi que o Seminário comportava 50 seminaristas, fiquei surpreso! Mas, então, percebi que havia sido assim construído numa visão de futuro. Hoje, graças a Deus, temos muitas vocações”, afirmou Dom Edney.
O Epíscopo confirmava, lembrando o fervoroso trabalho de Dom Rafael junto à pastoral familiar e à juventude, que toda obra realizada pelo Bispo Emérito ainda renderia muitos frutos à Igreja. Assim, concluiu sua fala, ressaltando que Dom Rafael fez o seu ofertório de uma maneira especial, ou seja, através de uma entrega total a aceitação do sofrimento por amor à Igreja. Um homem consumado pelo sofrimento, mas que nunca perdera sua alegria.
Exéquias
Presidida por Dom Orani, a celebração teve a participação de inúmeros Bispos, um grande contingente de sacerdotes e, ainda, um povo saudoso da alegria de Dom Rafael.
O Cardeal recordou o fervor com que o falecido Bispo realizava seus trabalhos, lembrando que ele nos deixava um legado, não só de belos textos e artigos, mas também de uma vida de serviço a Cristo e de fidelidade àquilo que a Igreja nos ensina.
4 - EXEQUIAS 2
Completou sua homilia, afirmando ainda que “olhando a vida de Dom Rafael, devemos nos unir a Cristo, e não nos desesperarmos com os sofrimentos. Pois com Cristo também ressuscitaremos. Em meio a tantas dores, ele esteve em paz, vivendo sua vida de fé”.
site diocese 2017 exequiasdomrafael
Ao final, Monsenhor Vicente Ancona, Vigário Regional da Prelazia do Opus Dei, compartilhou belas palavras sobre a personalidade de Dom Rafael: “Era um homem que vivia e nos ensinava a viver na misericórdia de Deus. Um homem que se confessava toda semana e vivia intensamente a alegria proporcionada pelo Sacramento da Reconciliação. (…) A raiz de sua alegria natural era baseada na infância espiritual, na misericórdia de Deus e também nas direções espirituais, sempre buscadas por ele. Era um homem que buscava os conselhos e vivia-os sempre de modo intenso. Sua alegria era invencível!”
Sepultamento
Após as exéquias, os fiéis puderam dar seu último adeus ao Bispo e, então, seu caixão foi fechado para ser levado ao Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju.
5 - SEPULTAMENTO
Entre os presentes, Dom Orani, Dom Edney, Dom Antonio Augusto, Bispo Auxiliar do Rio, Monsenhor Vicente Ancona, além de sacerdotes do Rio, de dioceses próximas, e também do Opus Dei, entre eles o Pe. Benedito Montenegro, que em 1975 veio com Dom Rafael para o Rio de Janeiro com a missão de difundir o Opus Dei pela Cidade Maravilhosa. - Foi uma experiência fantástica, porque vivi toda essa vibração e empolgação de Dom Rafael no começo da obra. Foi para nós uma força muito grande, que nos ajudava a superar as dificuldades, sobretudo nos impulsionando a rezar. Era um homem de muita oração, e tinha sempre esse viés de nunca se sentir derrotado ou desanimado.
Seguindo até a capela de sepultamento, todos rezavam, confiando à Virgem o Bispo que nos deixava. Chegando ao local, Monsenhor Vicente Ancona ainda transmitiu uma mensagem do Prelado do Opus Dei, Monsenhor Fernando Ocári, encerrando a cerimônia.
Texto e fotos: Diogo Quadra

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Morre Dom Rafael Llano Cifuentes

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NOTA DE FALECIMENTO: Dom Rafael Llano Cifuentes

Faleceu no início da noite desta terça-feira, dia 28 de novembro de 2017, o Bispo Emérito de Nova Friburgo, Dom Rafael Llano Cifuentes, na casa da Opus Dei, na Tijuca - Rio de Janeiro, após longa enfermidade.

A partir das 22h de hoje haverá o velório para a comunidade e assessores próximos. A partir das 7h desta quarta feira, dia 29 de novembro, haverá velório público na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no Rio de Janeiro, seguida de Santas Missas às 7h, 8h30, 10h e 11h30 e a concelebração de Exéquias às 14h. Após essa Santa Missa, o féretro seguirá para o Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, para ser sepultado no Mausoléu da Opus Dei, como deixou anotado como sua vontade e também pelo carinho dos membros da ordem por esse grande testemunho do homem de Deus que trabalhou com o fundador no início de sua vida de consagrado. Seus exemplos permanecerão como grande sinal no meio de nós!

Caminhada contra a intolerância religiosa


O povo santo realizou, na tarde do dia 20/11, a primeira caminhada contra a intolerância religiosa pelas ruas do Centro Histórico de Petrópolis – RJ. A concentração foi no coreto da Praça da Liberdade, de onde eles seguiram pelas avenidas Koeler e Imperatriz e pela Rua do Imperador, chegando ao calçadão do Cenip. A mobilização aconteceu durante o feriado do Dia da Consciência Negra, data que lembra o líder quilombola Zumbi dos Palmares.
“Entendemos que o preconceito às religiões afros está intimamente ligado ao racismo. Aproveitamos a data de hoje para fazer essa mobilização”, ressaltou o sacerdote umbandista Pedro Nogueira. O que a gente quer propagar é a cultura da paz, acabando com a intolerância e a violência. Todos aqui são contra esse estágio de violência que estamos vendo no Brasil, onde houve um aumento de 4 mil por centro nas denúncias no último ano”, informou o sacerdote.


Pedro Nogueira ressaltou que, em Petrópolis, não há um levantamento sobre os casos de intolerância religiosa. Segundo ele, na cidade ocorrências são “mais veladas”. “O preconceito acontece no olhar. Acontece quando alguém vê uma pessoa toda de branco, umbandista, e diz: olha lá o macumbeiro”, explicou.
Além de umbandistas, integrantes de outras religiões também foram convidados a participar do movimento. O frei franciscano Wagner fez questão de acompanhar a caminhada e concluiu: “Temos vários grupos que acompanham as discussões sobre esses temas. Deve haver sempre o respeito pela diversidade”.

Divulgada mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial da Paz

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"Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz" é o tema da Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial da Paz, a ser celebrado em 1° de janeiro de 2018. Eis a íntegra do texto:
"MIGRANTES E REFUGIADOS: HOMENS E MULHERES EM BUSCA DE PAZ
1.     Votos de paz
Paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra! A paz, que os anjos anunciam aos pastores na noite de Natal,[1] é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou o meu amado predecessor Bento XVI, «são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz».[2] E, para o encontrar, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.
Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.
Estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Há muito que fazer antes de os nossos irmãos e irmãs poderem voltar a viver em paz numa casa segura. Acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que às vezes se vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos que são sempre limitados. Praticando a virtude da prudência, os governantes saberão acolher, promover, proteger e integrar, estabelecendo medidas práticas, «nos limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido, [para] lhes favorecer a integração»[3]. Os governantes têm uma responsabilidade precisa para com as próprias comunidades, devendo assegurar os seus justos direitos e desenvolvimento harmónico, para não serem como o construtor insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que começara a construir.[4]
2.     Porque há tantos refugiados e migrantes?
Na mensagem para idêntica ocorrência no Grande Jubileu pelos 2000 anos do anúncio de paz dos anjos em Belém, São João Paulo II incluiu o número crescente de refugiados entre os efeitos de «uma sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, “limpezas étnicas”»[5] que caraterizaram o século XX. E até agora, infelizmente, o novo século não registou uma verdadeira viragem: os conflitos armados e as outras formas de violência organizada continuam a provocar deslocações de populações no interior das fronteiras nacionais e para além delas.
Todavia as pessoas migram também por outras razões, sendo a primeira delas «o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de deixar para trás o “desespero” de um futuro impossível de construir».[6] As pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em paz. Além disso, como sublinhei na Encíclica Laudato si’, «é trágico o aumento de migrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental».[7]
A maioria migra seguindo um percurso legal, mas há quem tome outros caminhos, sobretudo por causa do desespero, quando a pátria não lhes oferece segurança nem oportunidades, e todas as vias legais parecem impraticáveis, bloqueadas ou demasiado lentas.
Em muitos países de destino, generalizou-se largamente uma retórica que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do acolhimento dos recém-chegados, desprezando assim a dignidade humana que se deve reconhecer a todos, enquanto filhos e filhas de Deus. Quem fomenta o medo contra os migrantes, talvez com fins políticos, em vez de construir a paz, semeia violência, discriminação racial e xenofobia, que são fonte de grande preocupação para quantos têm a peito a tutela de todos os seres humanos.[8]
Todos os elementos à disposição da comunidade internacional indicam que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns consideram-nas uma ameaça. Eu, pelo contrário, convido-vos a vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz.
3.     Com olhar contemplativo
A sabedoria da fé nutre este olhar, capaz de intuir que todos pertencemos «a uma só família, migrantes e populações locais que os recebem, e todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a solidariedade e a partilha».[9] Estas palavras propõem-nos a imagem da nova Jerusalém. O livro do profeta Isaías (cap. 60) e, em seguida, o Apocalipse (cap. 21) descrevem-na como uma cidade com as portas sempre abertas, para deixar entrar gente de todas as nações, que a admira e enche de riquezas. A paz é o soberano que a guia, e a justiça o princípio que governa a convivência dentro dela.
Precisamos de lançar, também sobre a cidade onde vivemos, este olhar contemplativo, «isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças (...), promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça»,[10] por outras palavras, realizando a promessa da paz.
Detendo-se sobre os migrantes e os refugiados, este olhar saberá descobrir que eles não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem. Saberá vislumbrar também a criatividade, a tenacidade e o espírito de sacrifício de inúmeras pessoas, famílias e comunidades que, em todas as partes do mundo, abrem a porta e o coração a migrantes e refugiados, inclusive onde não abundam os recursos.
Este olhar contemplativo saberá, enfim, guiar o discernimento dos responsáveis governamentais, de modo a impelir as políticas de acolhimento até ao máximo dos «limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido»,[11] isto é, tomando em consideração as exigências de todos os membros da única família humana e o bem de cada um deles.
Quem estiver animado por este olhar será capaz de reconhecer os rebentos de paz que já estão a despontar e cuidará do seu crescimento. Transformará assim em canteiros de paz as nossas cidades, frequentemente divididas e polarizadas por conflitos que se referem precisamente à presença de migrantes e refugiados.
4.     Quatro pedras miliárias para a ação
Oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano uma possibilidade de encontrar aquela paz que andam à procura, exige uma estratégia que combine quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar.[12]
«Acolher» faz apelo à exigência de ampliar as possibilidades de entrada legal, de não repelir refugiados e migrantes para lugares onde os aguardam perseguições e violências, e de equilibrar a preocupação pela segurança nacional com a tutela dos direitos humanos fundamentais. Recorda-nos a Sagrada Escritura: «Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos».[13]
«Proteger» lembra o dever de reconhecer e tutelar a dignidade inviolável daqueles que fogem dum perigo real em busca de asilo e segurança, de impedir a sua exploração. Penso de modo particular nas mulheres e nas crianças que se encontram em situações onde estão mais expostas aos riscos e aos abusos que chegam até ao ponto de as tornar escravas. Deus não discrimina: «O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva».[14]
«Promover» alude ao apoio para o desenvolvimento humano integral de migrantes e refugiados. Dentre os numerosos instrumentos que podem ajudar nesta tarefa, desejo sublinhar a importância de assegurar às crianças e aos jovens o acesso a todos os níveis de instrução: deste modo poderão não só cultivar e fazer frutificar as suas capacidades, mas estarão em melhores condições também para ir ao encontro dos outros, cultivando um espírito de diálogo e não de fechamento ou de conflito. A Bíblia ensina que Deus «ama o estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário»; daí a exortação: «Amarás o estrangeiro, porque foste estrangeiro na terra do Egito».[15]
Por fim, «integrar» significa permitir que refugiados e migrantes participem plenamente na vida da sociedade que os acolhe, numa dinâmica de mútuo enriquecimento e fecunda colaboração na promoção do desenvolvimento humano integral das comunidades locais. «Portanto – como escreve São Paulo – já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus».[16]
5.     Uma proposta para dois Pactos internacionais
Almejo do fundo do coração que seja este espírito a animar o processo que, no decurso de 2018, levará à definição e aprovação por parte das Nações Unidas de dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares, outro referido aos refugiados. Enquanto acordos partilhados a nível global, estes pactos representarão um quadro de referência para propostas políticas e medidas práticas. Por isso, é importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz: só assim o necessário realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença.
De facto, o diálogo e a coordenação constituem uma necessidade e um dever próprio da comunidade internacional. Mais além das fronteiras nacionais, é possível também que países menos ricos possam acolher um número maior de refugiados ou acolhê-los melhor, se a cooperação internacional lhes disponibilizar os fundos necessários.
A Secção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral sugeriu 20 pontos de ação[17] como pistas concretas para a implementação dos supramencionados quatro verbos nas políticas públicas e também na conduta e ação das comunidades cristãs. Estas e outras contribuições pretendem expressar o interesse da Igreja Católica pelo processo que levará à adoção dos referidos pactos globais das Nações Unidas. Um tal interesse confirma uma vez mais a solicitude pastoral que nasceu com a Igreja e tem continuado em muitas das suas obras até aos nossos dias.
6.     Em prol da nossa casa comum
Inspiram-nos as palavras de São João Paulo II: «Se o “sonho” de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real “casa comum”».[18] Ao longo da história, muitos acreditaram neste «sonho» e as suas realizações testemunham que não se trata duma utopia irrealizável.
Entre eles conta-se Santa Francisca Xavier Cabrini, cujo centenário do nascimento para o Céu ocorre em 2017. Hoje, dia 13 de novembro, muitas comunidades eclesiais celebram a sua memória. Esta pequena grande mulher, que consagrou a sua vida ao serviço dos migrantes tornando-se depois a sua Padroeira celeste, ensinou-nos como podemos acolher, proteger, promover e integrar estes nossos irmãos e irmãs. Pela sua intercessão, que o Senhor nos conceda a todos fazer a experiência de que «o fruto da justiça é semeado em paz por aqueles que praticam a paz».[19]
Vaticano, 13 de novembro – Memória de Santa Francisca Xavier Cabrini, Padroeira dos migrantes – de 2017.
Franciscus

SALVO DO SANTO PADRE AOS JORNALISTAS DURANTE O VÔO PARA O MYANMAR









SALVO DO SANTO PADRE AOS JORNALISTAS
DURANTE O VÔO PARA O MYANMAR

Vôo papal 
domingo, 26 de novembro de 2017

Greg Burke
Adeus ou a santidade de boa noite!
Estamos sempre gratos de tê-lo aqui, hoje talvez até mais, porque já são dez e meio [à noite]. Você falou de uma mensagem de reconciliação, de perdão, de paz. Esta noite, tentamos dar-lhe um pouco de paz; Nós fazemos coisas rapidamente, então você tem tempo para dormir. Obrigado. Se você quer dizer algo ...
Papa Francesco
Boa noite, e muito obrigado pela empresa. Obrigado pelo seu trabalho que sempre semeia tão bem. Desejo-lhe uma boa estadia. Eles dizem que está muito quente, desculpe, mas pelo menos é frutífera. Agora eu saúdo você.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

CF 2018: Especialista em segurança pública analisa a face da violência no Brasil

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O professor da PUC Minas, onde coordena o Núcleo de Estudos Sociopolíticos (Nesp), Robson Sávio Reis Souza, é um dos colaboradores na redação do texto base da Campanha da Fraternidade 2018, cujo tema é violência. Doutor em Ciências Sociais e especialista em Segurança Pública, além de membro associado do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o professor falou à Revista Bote Fé, das Edições da CNBB, sobre o tema da violência. Para o autor do livro “Quem comanda a segurança pública no Brasil: atores, crenças e coalizões que dominam a política nacional de segurança pública”, da Editora Letramento, a violência vem se tornando o fio condutor da forma como se realiza a sociabilidade no Brasil. Acompanhe, abaixo, a íntegra da entrevista.
A ideia de que o povo brasileiro é ordeiro e de que há uma sociabilidade pacífica é um mito nacional? 
A experiência do viver em paz fundamenta a autoimagem de um povo que se concebe como pacífico, ordeiro e inimigo da violência. Contudo, essa ideia não apaga as contradições. Ao mesmo tempo em que se ostenta a vida pacífica, produz-se e promove-se a violência, tanto no espaço público como no ambiente privado de casas e empresas; nas interações pessoais diretas ou mediadas pela tecnologia. Constata-se que, até mesmo nas relações sociais cotidianas, o equilíbrio necessário à existência pacífica tem aparecido frágil e suscetível a abalos, inflamados frequentemente por razões banais.
Nesse movimento de transformação social, tem emergido uma sociabilidade que vai se concretizando em ações cotidianas violentas. A cordialidade parece ceder lugar à intolerância. O compartilhamento negociado de espaços e recursos parece, então, correr o risco de ser substituído pela imposição autoritária de pontos de vista e a subjugação do outro pelo uso da força, seja ela simbólica ou, em certos casos, até mesmo física. Em razão de fenômenos como esses, é possível suspeitar que a sociedade brasileira possa estar consolidando modos de vida referenciados no uso da força e da violência.
A violência se torna o fio condutor da forma como se realiza a sociabilidade, isto é, a forma como uma pessoa interage com as demais em um certo grupo social. Por vezes, para combater a violência, escolhem-se condutas violentas. A concepção punitiva da justiça feita pelas próprias mãos, o incremento dos equipamentos de segurança pela população em busca de autoproteção, a exigência do maior rigor nas leis e do aumento dos presídios são exemplos de como o discurso contra a violência às vezes se converte em práticas que podem vir a aumentar ainda mais a sociabilidade violenta. Isso ocorre quando se pretender fazer o combate da violência pelo recurso a instrumentos potencialmente geradores de mais violência.
A concepção punitiva da justiça feita pelas próprias mãos, o incremento dos equipamentos de segurança pela população, a exigência do maior rigor nas leis e do aumento dos presídios são exemplos de como o discurso contra a violência às vezes se converte em práticas que podem vir a aumentar ainda mais a sociabilidade violenta
No texto base da CF 2018 vocês falam de uma violência multifacetada e epidêmica que faz parte da história do país. Multifacetada e epidêmica? O que estas expressões dizem sobre a natureza da violência em nosso país?
O Brasil é uma sociedade injusta, excludente e extremamente desigual que exibe uma democracia sem cidadania. Injustiça, exclusão e desigualdade são fatores que geram múltiplas formas de violência. A fome, o desemprego, a falta de moradia, de políticas públicas de proteção e promoção de direitos são tipos de violência que afetam a dignidade humana.
Apesar de ser a oitava maior economia mundial, é o décimo país mais desigual do mundo, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano, de 2016, elaborado pela Organização das Nações Unidas. Em relação à violência letal, por exemplo, os números apontados pelo Mapa da Violência 2016, mostram que, no Brasil, cinco pessoas são mortas por arma de fogo a cada hora. A cada único dia são 123 pessoas assassinadas dessa forma.
Por ano, quase 60 mil brasileiros são assassinados. A maioria pobres, negros, jovens e moradores da periferia. É uma violência seletiva. Não atinge a todos. No Brasil, há locais mais seguros que a Europa e mais violentos que a Síria.  Talvez, por isso, a violência letal não apareça como um escândalo que clama aos céus, para muitos segmentos da sociedade e dos governos.
Essas cifras revelam que, no Brasil, ocorrem mais mortes por arma de fogo do que nas chacinas e atentados que acontecem em todo o mundo. Contam-se mais homicídios aqui do que em diversas das guerras recentes.
A violência se torna o fio condutor da forma como se realiza a sociabilidade, isto é, a forma como uma pessoa interage com as demais em um certo grupo social
Os episódios de violência intensificaram-se e, ao que parece, tornaram-se comuns também em médios e pequenos centros urbanos, deixando de ser um fenômeno típico das grandes metrópoles. O que explica esta realidade?
Se antes a violência era um problema relativo às grandes cidades, em tempos recentes, numerosos fatores fizeram com que a violência chegasse também aos médios e pequenos municípios. Além disso, ela se disseminou por todo o território nacional, de modo que – apesar das variações regional ou local em sua intensidade – a violência é hoje um problema em todo o país. O incremento da violência pelo interior do país é determinado por múltiplos fatores, dificilmente redutíveis a uma causalidade única. Entretanto, não há como ignorar a influência do contexto socioeconômico na geração da violência.
dados disponíveis permitem afirmar que o sistema de segurança pública e de justiça criminal é ineficaz. Com o aumento da criminalidade a partir da década de 1980 foi-se consolidando um contexto em que a impunidade, a maior procura por drogas ilícitas e a maior disponibilidade de armas de fogo formaram o ambiente no qual se deu o crescimento dos homicídios e de outros crimes contra a pessoa e contra o patrimônio.
Ao invés de se rediscutirem o funcionamento e os objetivos do aparato estatal de segurança e justiça criminal para lidarem com a prevenção e o combate à violência urbana, assistiu-se ao incremento da indústria de armas de fogo, a medidas paliativas oi pontuais na gestão da segurança pública e à ascensão da indústria da segurança privada. É nesse contexto que se espraiou para todo o país a criminalidade violenta.
Se antes a violência era um problema relativo às grandes cidades, em tempos recentes, numerosos fatores fizeram com que a violência chegasse também aos médios e pequenos municípios.
Numa mesma cidade, encontramos oásis de paz e tranquilidade e territórios marcados por extrema violência. Que fatores definem estes espaços de paz e de guerra?
Pelo menos três fatores são fundamentais para definir esses espaços de paz e de guerra. O primeiro deles é a ação (ou omissão) do poder público. Nos locais onde o Estado deveria estar mais presente, como nas periferias das grandes cidades, observa-se uma quase ausência das políticas de proteção, promoção e defesa de direitos deixando tais territórios e seus moradores, muitas vezes, entregues a grupos armados e a toda a sorte de violência e desordem social.
Por outro lado, em áreas nobres, a presença do poder público se faz de múltiplas formas, garantindo direitos dos cidadãos e protegendo o patrimônio das elites. O segundo ponto que demarca a ocorrência da paz ou da guerra está relacionado ao poder do dinheiro. Quem pode pagar por segurança privada tem uma série de privilégios dentro do espaço urbano negados à maioria dos cidadãos que não possuem recursos financeiros. É dessa forma que a segurança deixa de ser direito e torna-se privilégio.
Um terceiro ponto diz respeito ao tratamento seletivo dado pelos órgãos públicos, dos três poderes, em relação à garantia de direitos, como o acesso à Justiça. Quem tem condições de pagar “bons” advogados, por exemplo, tem tratamento diferenciado. Nesse sentido, o viés étnico-racial e socioeconômico é fator preponderante para proteção ou exposição à violência.
Também as interações sociais que acontecem no espaço público da política e do aparato de Estado, por vezes, tornam-se violentas. Isso ocorre quando, ao invés de se pautarem pela equidade e a observância universal das leis consensualmente estabelecidas, as relações se pautam pela dissimetria de poder. Determinadas pessoas tiram benefício privado a partir de recursos que deveriam ser, por definição, públicos. Esse modo de funcionamento privatista das instituições da sociedade torna-se um forte gerador de diversas formas de violência.
“O modo de funcionamento privatista das instituições da sociedade torna-se um forte gerador de diversas formas de violência”

Como se manifesta a violência institucional no Brasil?
Diferentemente das formas de violência direta, existem outras que não se configuram como um fato ou evento remissíveis a um ou mais agressores que causem um dano claramente definido a outra pessoa ou a outras pessoas. Nesse caso, embora não se possa isolar e identificar claramente o agressor, persiste a agressão ainda que perceptível somente de forma indireta. Não se trata de um evento isolado, mas de um processo que acaba gerando dano a um segmento social, mesmo que, eventualmente, não se possa discernir explicitamente a intenção de produzir tal dano.
Apesar de ser mais difícil caracterizá-la, a violência no Brasil está relacionada a modelos de organização e a práticas sociais que alcançam um nível institucional e sistemático de produção e perpetuação de modos de vida violentos. Não é, portanto, apenas nas interações cotidianas que a violência transparece. Ela permeia também as instituições sociais. De fato, historicamente, o próprio Estado brasileiro age, através dos séculos, de modo a reiterar situações geradoras de violência, sobretudo no que tange à desigualdade e à exclusão.
Exemplificando a correlação entre violência e contexto social, econômico e político, vários estudos associam o aumento da violência letal – ou seja, a violência que gera morte – ocorrido na década de 1980, com a crise socioeconômica vivida naquele período. O processo inflacionário e a consequente corrosão dos salários implicaram perda de rendimentos principalmente para os mais pobres. Como resultado, aumentou expressivamente a desigualdade social.
Não se trata de uma relação linear de causa e efeito. O incremento da violência é determinado por múltiplos fatores, dificilmente redutíveis a uma causalidade única. Entretanto, não há como ignorar a influência do contexto socioeconômico na geração da violência.
“A violência no Brasil está relacionada a modelos de organização e a práticas sociais que alcançam um nível institucional e sistemático”
Como a questão da violência vem sendo enfrentada no âmbito das políticas públicas e práticas governamentais e da legislação brasileiras? Há alguma luz no fim do túnel?
A sociabilidade violenta é uma construção. Faz-se de escolhas políticas que a cada dia se renovam. Cada escolha ou decisão política em favor da manutenção da atual (des)ordem das relações contribui para a perpetuação do modelo. Em razão disso, parece coerente afirmar que o possível enfrentamento da violência depende intrinsecamente das relações políticas.
Entendem-se, com o termo “política”, as negociações que se estabelecem para que pessoas – com interesses tão numerosos e, por vezes, antagônicos – possam dividir pacificamente um mesmo espaço. Nesse sentido, pode-se dizer que não há solução para a violência fora das discussões que ocorrem no âmbito da política. Por outro lado, esse raciocínio conduz a reconhecer que cabe às decisões políticas uma parcela na responsabilidade pela perpetuação de estruturas geradoras de violência no Brasil.
Existem hoje, no Congresso Nacional, parlamentares identificados com segmentos econômicos e sociais fortemente interessados em propostas potencialmente geradoras de violência. Defendem o uso de armas de fogo pela população civil, sustentando tratar-se de um direito natural o da autopreservação. Tramitam propostas de alteração do “Estatuto do desarmamento”, não obstante o fato de este haver representado um importante passo na redução do número de mortes por arma de fogo. Há várias propostas de recrudescimento da legislação penal e de ampliação da ação discricionária das polícias, do Ministério Público e do Judiciário.
No entanto, para além deste aspecto mais visivelmente ligado à questão da segurança pública, existem inúmeras outras questões, estreitamente ligadas a interesses econômicos, que são hoje debatidas no Legislativo, não obstante o potencial motivador de mais violência de tais medidas. Destacam-se as propostas que dificultam ou impedem a reforma agrária, a demarcação de terras indígenas e outros povos tradicionais; as que restringem a legislação ambiental; e as que facilitam a liberação do uso de agrotóxicos. Nessas e em diversas outras medidas prevalece o interesse do ganho econômico para pequenos grupos, em detrimento do benefício de toda a população.
Quando praticada de modo a transformar o acúmulo de riquezas num fim em si mesmo ao invés de assegurar a dignidade das vidas humanas, a política gera violência. Produzindo exclusão e desigualdade social, tal forma de se fazer política faz da lei do mais forte a regra e pessoas tornam-se descartáveis.
O Papa Francisco tem se colocado firmemente contra essa cultura do descartável, “criada pelas potências que controlam as políticas econômicas e financeiras do mundo globalizado”. Em um discurso para a Associação de Movimentos Cooperativos Italianos, em fevereiro de 2015, ele ressaltou o “crescimento vertiginoso do desemprego” e os problemas que os sistemas de assistência social existentes tiveram para atender às necessidades da saúde pública. Para aqueles que vivem “nas margens existenciais” o sistema atual político e social “parece estar fatalmente destinado a sufocar a esperança e aumentar os riscos e ameaças”, afirmou o Pontífice.
O Papa tem frequentemente criticado a economia de mercado ortodoxa por estimular a injustiça e a desigualdade. Tem denunciado o fato de as pessoas serem forçadas a trabalhar longas horas, às vezes na economia paralela, em troca de um salário mensal ínfimo, porque elas são vistas como facilmente substituíveis. Segundo Francisco, quando o dinheiro se torna um ídolo, ele comanda as escolhas.
“Existem hoje, no Congresso Nacional, parlamentares identificados com segmentos fortemente interessados em propostas potencialmente geradoras de violência”
Há experiências de práticas sociais que apontam para o caminho da superação da violência?
Na busca pela paz, muito frequentemente, há uma ênfase ao combate à violência direta que, se eliminada, promoveria a paz. Disso resulta uma concepção entendida por alguns estudiosos como uma paz negativa (que, per si, pode inclusive ocultar injustiças que, muitas vezes, geram novos conflitos). Destaca-se aqui, portanto, a importância do enfrentamento não somente da violência direta, mas das violências estruturais e culturais, em busca de uma paz positiva e sustentável.
Por certo, a paz não será alcançada pela mera obediência e submissão a normas, pelo medo das sanções a determinados comportamentos coletivamente rechaçados, ou pela segregação de pessoas e grupos.  Há que construir uma sociedade que, pautada na justiça, deseje a paz.
Assim, reconhecendo que a paz não se caracteriza apenas pela ausência de conflito — condição inerente à vida humana em sociedade — a concepção de “cultura de paz” está aqui entendida no sentido do “cultivo da paz”, portanto, não como algo dado, mas resultado de ações e processos multidimensionais, individuais e coletivos, claramente intencionados a produzir modos de ser e de viver que tenham a paz como valor coletivo e horizonte a ser alcançado. Em outras palavras, trata-se de construir estilos de vida voltados para a promoção da paz.
O enfrentamento de diferentes formas de violência requer o agenciamento de estratégias distintas, porém concertadas. E o entendimento de que a paz é possível e desejada deve andar pari passu com a disseminação e concretização de ações que resultem na abolição de todas as situações que a impedem.
Assim sendo, a construção da paz submete-se a diversos condicionantes, somente se podendo realizar na ação de muitos atores sociais — individuais e coletivos—, via micro e macro práticas democráticas que promovam o fortalecimento do Estado de Direito, a promoção dos direitos humanos, a participação e o controle sociais.
Portanto, o desenvolvimento de uma cultura de paz implica a ampla ação institucional, sobretudo no que tange ao Estado — e tem-se aí o papel importantíssimo dos governos e o envolvimento das instituições jurídicas — e, paralela e igualmente importante, a ação da sociedade civil, dos grupos e dos indivíduos, de modo a que instaure uma radical mudança nas relações sociais e políticas.
Em outras palavras, a construção de uma Cultura de Paz está intimamente relacionada à promoção da democracia e ao fortalecimento das instituições democráticas; ao desenvolvimento econômico e social sustentável, com garantia da participação de todos; à erradicação da pobreza e das desigualdades; à eliminação de toda forma de discriminação; ao respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais; à promoção da tolerância, da diversidade e da solidariedade.


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Imagem peregrina de Nossa Senhora visita a sede da Prefeitura de Campos


Os bispos Dom Roberto Ferrería Paz e Dom Fernando Rifan foram recebidos pelo prefeito, vice-prefeita e servidores









O prefeito Rafael Diniz, a vice-prefeita Conceição SantAnna, secretários, superintendentes e servidores receberam na tarde desta terça-feira (14), na sede da Prefeitura de Campos, a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida. A visita faz parte do projeto realizado pela Pastoral da Comunicação, que será realizado, no próximo ano, nas prefeituras, câmaras municipais e associações culturais situadas nos municípios da área de abrangência da Diocese de Campos e em comemoração aos 300 anos da aparição da imagem, nas águas do Rio Paraíba do Sul. A cerimônia foi conduzida pelos bispos Dom Roberto Ferrería Paz e Dom Fernando Rifan.  

A imagem e a bandeira do Brasil foram conduzidas pela Guarda de Honra e agentes do Grupo de Ações Especiais (GAE) da Guarda Civil Municipal. A coroação de Nossa Senhora foi feita pelo prefeito e pelo superintendente de Comunicação, Thiago Bellotti, enquanto o superintendente adjunto de Comunicação, Paulo Roberto Rangel, fez a oração do Comunicador. Na superintendência de Comunicação, Dom Roberto fez a aspersão com água benta. 

O prefeito Rafael Diniz ressaltou o momento e fez uma analogia da situação há 300 anos dos pescadores, com o atual momento do município de Campos. 

— Pela manhã, fizemos uma breve reflexão. Quando há 300 anos os pescadores tentavam pescar e o peixe não vinha é porque na verdade algo muito maior viria depois. É o que tem acontecido na nossa cidade hoje. Se por um lado temos enfrentado dificuldades, por outro tenho a certeza de que a transformação da nossa cidade já está sendo feita e algo cada vez melhor nos espera. Somos instrumentos de transformação da nossa cidade. A bênção que pedimos, hoje, é para nossa cidade, para as pessoas que mais precisam e para que tenhamos equilíbrio e direcionamento para escolher o melhor caminho para todos — disse Rafael Diniz. 

O bispo Dom Roberto contou a história da imagem de Nossa Senhora Aparecida, genuinamente brasileira, e que retrata a população e se identifica com todos, como Maria. “Seu achado há 300 anos representou um milagre. Nossa Senhora Aparecida representa a unidade, da cabeça e do corpo, da nação brasileira, de todas as raças. Campos precisa de unidade, Campos precisa de diálogo, Campos precisa de consciência”, frisou Dom Roberto que avisou que no próximo dia 19, o Papa Francisco celebrará, pela primeira vez, o Dia Mundial dos Pobres. 

Para Dom Rifan, Nossa Senhora é um ícone que representa a mãe de Deus que está no céu. “Nossa Senhora é serva do Senhor, os senhores são servidores e devem se sentir honrados com este nome. Como o prefeito é servidor do povo, como todos somos servos um dos outros. Essa vinda da imagem Nossa Senhora aqui hoje é preceder uma grande pescaria, de grandes bênçãos para Campos, grande prosperidade. Sair dessa crise, assim como os pescadores lá atrás saíram da escassez de peixes e depois conseguiram uma grande pescaria. Que Nossa Senhora seja predecessora dessa grande pescaria que esperamos, que é o progresso da nossa cidade”.

Por: Anna Luiza Paixão - Foto: Rogério Azevedo