Pe. Rogério Cabral Caetano
criou uma iniciativa para a preservação da mata nativa que fica nas imediações
da Matriz de São Sebastião em Varre Sai. Um termo foi assinado para a criação
da Reserva Particular de Patrimônio Natural Papa Francisco que protege a área
com vegetação nativa da Mata Atlântica.
- Dedico essa reserva ao Papa Francisco, que demonstra a
preocupação da igreja católica em defender o meio ambiente e nos dá grandes
lições em sua carta encíclica Laudato Si. E nossa cidade tem registrado a perda
de grande parte dessa cobertura vegetal. Minha preocupação é não permitir que
essa área venha ser desmatada. – disse Pe. Rogério.
A iniciativa da criação da reserva é inédita em todo o Estado do
Rio de Janeiro e no ato da assinatura, Pe. Rogério entregou aos representantes
do INEA um exemplar da carta do Papa Francisco Laudato SI sobre o Cuidado da
Casa Comum. A instalação será realizada com a presença de Dom Roberto Francisco
Ferreria Paz.
Com a preservação da vegetação da Mata Atlântica serão
incentivadas as visitas a área. O Calvário que fica localizado no morro vai ser
revitalizado para receber visita de grupos católicos para meditação e reflexão
da Via Crucis e a Gruta de São Sebastião vai ser restaurada para a
reinauguração. Um projeto para implementar o turismo religioso, trazendo
divisas ao município.
- Estamos aguardando a data para a implantação da reserva. E
precisamos destacar a necessidade da preservação ambiental, um dos apelos do
Papa Francisco que nos exorta ao cuidado com a casa comum. Não podemos permitir
que a degradação ambiental continue ameaçando a vida na Terra. – destaca Pe.
Rogério.
A necessidade da preservação da cobertura vegetal é uma exigência
em Varre Sai. A cidade sofreu com desmatamento de áreas e vem sofrendo graves
problemas ambientais. A Professora e Jornalista Cristiane Fabri fala desse
grave problema e ressalta a importância da criação da reserva.
- A instalação da Reserva Particular Patrimônio Natural Papa
Francisco é mais uma inovação proposta por Pe Rogério que sempre esteve a
frente de seu tempo. A preservação ambiental é fundamentalmente necessária para
a vida no planeta. Preservar a natureza é preservar a própria vida. Varre-Sai
tem perdido muito no decorrer dos anos com o desmatamento e suas conseqüências
como a falta de água e as mudanças climáticas. Isso são as alterações básicas q
qualquer munícipe já percebeu. Com tantos problemas que aparecem nessa contra
mão, implantar uma RPPN é um ideal muito mais que necessário. É um ideal Vital.
– informa Cristiane Fabri.
A Professora e Especialista em Educação ambiental Maria Alice
Fabbri destaca que a criação da reserva assume objetivos como o de proteção do
manejo de recursos naturais e a manutenção dos equilíbrios climáticos e
ecológicos. Verificamos, portando, o ressurgimento do remanescente da nossa
Mata Atlântica e, com ela, as espécies vegetais e toda fauna nativa dessa
região.
- Sempre morei muito próxima ao “calvário” – espaço por cima da
igreja matriz – área que foi objeto da Reserva Particular que foi instituída.
Desde a minha infância freqüentei esse espaço e muitas vezes observei a
presença da fauna silvestre como, por exemplo, o bicho-preguiça, tatus, saguis,
laçaris, araras, bem como várias espécies da flora como, por exemplo, bromélias
e orquídeas que enfeitavam nossos piqueniques.
Além da preservação ambiental a professora fala da importância do
local. A criação da reserva é forma de preservação da cultura do município,
além de favorecer o desenvolvimento de atividades recreativas, turísticas, de
educação e pesquisa. O conhecido “calvário” é patrimônio cultural de Varre-Sai.
Por séculos ele é cenário de várias procissões na semana santa, bem como a
tradição que a comunidade cristã local conversa de subi-lo rezando o rosário,
em sinal de penitência, para clamar por chuva em tempos de seca.
- A criação da reserva é forma de preservação da cultura do
município, além de favorecer o desenvolvimento de atividades recreativas,
turísticas, de educação e pesquisa, considerando que basta a autorização da
Paróquia São Sebastião e a vontade da população para que se solidifiquem. Com
efeito, são inúmeros os benefícios ambientais melhoria
da qualidade do ar; diminuição das ilhas de calor; impedimento de erosão;
melhoramento do solo; absorção de água nos lençóis freáticos, dentre tantos
outros. – conclui Maria Olinda.